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Coprodução do conhecimento da Universidade com a iniciativa privada

O que você vai encontrar nesse conteúdo:

Workshop Governança da Amazônia Azul: Métodos Interdisciplinares para a interface entre as Humanidades e as Ciências Naturais (Projeto da CAPES – Edital 35).

Na sexta-feira dia 16 de junho de 9 às 12h, na Universidade de Brasília, a convite da Profa. Dra. Carina Costa de Oliveira, Professora Associada da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília, Colíder do Gern-UnB https://sites.google.com/ccom.unb.br/ndsr-gern eu e outros pesquisadores participamos de sua aula sobre Pesquisa e Inovação em Direito.

Durante o workshop se falou sobre as pesquisas desenvolvidas com o foco nos métodos utilizados para a pesquisa. 

Serviu de inspiração também para o projeto – Edital 35 Capes.

Tema principal: Métodos para a coprodução do conhecimento. 

Convidados:  Métodos para:

Melissa Vivacqua Rodrigues– coprodução do conhecimento com povos indígenas e populações tradicionais

José Alberto Claro – coprodução do conhecimento com a iniciativa privada.

Ronaldo Christofoletti – comunicação do conhecimento. 

Diogo e Isabella – métodos interdisciplinares no contexto do projeto da governança da Amazônia Azul.

Fernanda Castelo Branco Araújo – introdução e mediação (métodos disciplinares, multidisciplinares e interdisciplinares).

Assista ao vídeo completo do workshop com as demais apresentações

A seguir disponibilizo o meu material em texto, vídeo e podcast, além dos slides apresentados

Coprodução do conhecimento da Universidade com a iniciativa privada

A coprodução do conhecimento das universidades com a iniciativa privada refere-se a todas as formas de parceria entre instituições acadêmicas e de pesquisa junto a empresas do setor privado para promover a geração, aplicação e disseminação do conhecimento de forma conjunta.  

A produção e aplicação do conhecimento tem se tornado cada vez mais valorizada e comum. Essa parceria visa aproveitar os pontos fortes de ambas as partes para impulsionar a inovação, desenvolvimento econômico e avanços em diversos campos. Traz benefícios tanto para as instituições de ensino públicas e privadas e pesquisa quanto para as empresas (privadas e terceiro setor). 

Como pode ocorrer a coprodução do conhecimento?

A coprodução do conhecimento pode ocorrer de diversas maneiras, incluindo:

  1. Pesquisa conjunta: As empresas geralmente buscam soluções para problemas específicos e entram em contato com a universidade para pesquisa ou prestação de serviços. Empresas podem se associar a instituições acadêmicas para realizar pesquisas em áreas de interesse mútuo. Essa colaboração permite que as empresas tenham acesso ao conhecimento especializado dos pesquisadores e possam aplicar esses conhecimentos em suas atividades e produtos. Ao mesmo tempo, as instituições acadêmicas podem se beneficiar do financiamento e recursos fornecidos pelas empresas. Há o fator limitante envolvendo questões éticas e de direitos autorais que devem ser observadas.
  2. Consórcios de Pesquisa: Empresas podem formar consórcios com instituições acadêmicas para realizar pesquisas colaborativas em áreas específicas de interesse mútuo. Nesse modelo, várias empresas se unem para financiar projetos de pesquisa conjunta, compartilhando recursos e conhecimentos.
  3. Financiamento de Pesquisa: Empresas podem fornecer financiamento direto para projetos de pesquisa em instituições acadêmicas. Isso pode incluir a concessão de bolsas de pesquisa, patrocínio de laboratórios ou centros de pesquisa, e doações para programas de pesquisa específicos.
  4. Estágios e bolsas de pesquisa: As empresas podem oferecer oportunidades de estágio ou bolsas de pesquisa para estudantes universitários. Essas experiências permitem que os alunos apliquem o conhecimento adquirido na academia em contextos reais de trabalho e obtenham uma compreensão mais profunda das demandas e desafios da indústria. As empresas, por sua vez, podem se beneficiar das novas ideias e perspectivas trazidas pelos estudantes.
  5. Transferência de tecnologia: A colaboração entre instituições acadêmicas e empresas pode facilitar a transferência de tecnologia do ambiente acadêmico para o setor privado. Isso envolve a transformação de pesquisas e descobertas em produtos, processos ou serviços comercializáveis. As empresas podem ajudar a desenvolver e comercializar as tecnologias, enquanto as instituições acadêmicas podem se beneficiar financeiramente por meio de acordos de licenciamento ou patentes. Há o fator limitante envolvendo questões éticas e de direitos autorais que devem ser observadas.
  6. Compartilhamento de Dados e Informações: Empresas podem compartilhar dados e informações relevantes com instituições acadêmicas, permitindo que os pesquisadores utilizem esses recursos para conduzir estudos e análises. Esse compartilhamento de dados pode impulsionar a pesquisa e fornecer insights valiosos para ambas as partes.
  7. Desenvolvimento de Cursos e Programas Acadêmicos: Instituições acadêmicas e empresas podem trabalhar juntas para desenvolver programas de treinamento e capacitação que atendam às necessidades específicas da indústria. Isso pode incluir cursos personalizados, workshops ou programas de educação continuada. A coprodução do conhecimento nesse contexto permite que as empresas tenham acesso a profissionais qualificados, ao mesmo tempo em que as instituições acadêmicas mantêm seus programas atualizados e relevantes.
  8. Consultorias e Projetos Específicos: Empresas podem contratar pesquisadores e professores como consultores para fornecer expertise em áreas específicas. Essa colaboração pode envolver a realização de estudos de viabilidade, avaliações de impacto, análises de mercado, entre outros projetos especializados.
  9. Desenvolvimento de Normas e Padrões: Empresas e instituições acadêmicas podem colaborar na definição e desenvolvimento de normas e padrões em determinadas áreas. Essa colaboração é especialmente relevante em setores como tecnologia, saúde e meio ambiente, onde a padronização é essencial para garantir a interoperabilidade e segurança dos produtos e serviços.
  10. Apoio à Inovação e Empreendedorismo: Empresas podem fornecer suporte e recursos para incentivar a inovação e o empreendedorismo em instituições acadêmicas. Isso pode incluir a criação de programas de incubação de startups, competições de empreendedorismo, investimento em empresas spin-off e parcerias para transferência de tecnologia.
  11. Incubadoras e Parques Tecnológicos: A criação de incubadoras de empresas ou parques tecnológicos em campus universitários permite uma interação mais próxima entre academia e iniciativa privada. As empresas instaladas nessas incubadoras podem se beneficiar do acesso a pesquisadores, laboratórios e infraestrutura acadêmica, enquanto as instituições acadêmicas podem aproveitar as oportunidades de colaboração com as empresas residentes.
  12. Voluntariado (mais comum no Terceiro Setor).

Essas são apenas algumas das possibilidades de coprodução do conhecimento com a iniciativa privada. A colaboração entre academia e setor privado é altamente flexível e adaptável às necessidades e contextos específicos de cada área de conhecimento.

Métodos de pesquisa interdisciplinares e transdisciplinares

Parte-se do fato de que os temas norteadores das pesquisas podem ser obtidos por meio de revisão sistemática e bibliometria. A partir daí outros métodos podem ser utilizados:

1.Pesquisa-ação participativa: Nesse método, pesquisadores e representantes da iniciativa privada colaboram ativamente em todas as etapas da pesquisa, desde a identificação do problema até a implementação das soluções. Os envolvidos contribuem com seus conhecimentos e experiências para gerar insights e resultados relevantes para ambas as partes.

  1. Estudos de caso: Essa abordagem envolve a investigação aprofundada de um caso específico em que a universidade e a iniciativa privada trabalham juntas. O estudo de caso pode analisar o processo de colaboração, os desafios enfrentados, as estratégias adotadas e os resultados alcançados. Essa metodologia permite a compreensão detalhada das dinâmicas da coprodução de conhecimento.
  2. Grupos de discussão e workshops: Realizar grupos de discussão e workshops com a participação de acadêmicos, especialistas da iniciativa privada e outros stakeholders relevantes pode ser uma maneira eficaz de estimular a troca de conhecimentos, ideias e perspectivas. Essas interações colaborativas podem ajudar a identificar temas de pesquisa relevantes, desafios e oportunidades, além de promover o compartilhamento de conhecimento prático e acadêmico.
  3. Parcerias de pesquisa: Estabelecer parcerias formais entre universidades e empresas é outra forma de promover a coprodução de conhecimento. Por meio dessas parcerias, projetos de pesquisa conjuntos podem ser desenvolvidos, permitindo que a expertise acadêmica e empresarial sejam combinadas para abordar problemas e questões específicas.
  4. Pesquisa colaborativa em larga escala: Em alguns casos, universidades e empresas podem se unir para realizar projetos de pesquisa em grande escala, envolvendo equipes multidisciplinares e recursos consideráveis. Essa abordagem permite a combinação de diferentes perspectivas e competências para abordar desafios complexos e promover a coprodução de conhecimento significativo.
Técnicas de coleta e análise mais comuns nesta modalidade de coprodução
  1. Entrevistas e Grupos Focais: A realização de entrevistas com representantes da iniciativa privada, pesquisadores e outros stakeholders relevantes pode ajudar a obter insights qualitativos sobre as necessidades, desafios e oportunidades de pesquisa. As entrevistas podem ser individuais ou em grupo (grupos focais), e as perguntas/instrumentos podem abordar temas como expectativas, demandas, percepções, entendimentos, prioridades e possíveis áreas de colaboração.
  2. Pesquisa documental: A análise de documentos, como relatórios, políticas, estudos de mercado, patentes e dados internos das empresas, pode fornecer informações valiosas para a coprodução de conhecimento. Essa técnica permite obter uma compreensão mais aprofundada do contexto empresarial, identificar lacunas de conhecimento e identificar áreas de pesquisa relevantes.
  3. Observação participante e de campo: Envolver pesquisadores na rotina e atividades da empresa pode ser uma forma eficaz de entender melhor os processos internos, os desafios enfrentados e as práticas empresariais. Através da observação participante, os pesquisadores podem identificar oportunidades de melhoria, gerar ideias inovadoras e estabelecer uma base sólida para a coprodução de conhecimento. No campo se pode coletar dados no ambiente real da sua geração ou ocorrência.
  4. Análise de dados quali, quanti e triangulação: A coleta e análise de dados quantitativos e qualitativos podem ser utilizadas para embasar a coprodução de conhecimento. Isso pode incluir a análise de dados estatísticos, análise de tendências, estudos de caso comparativos, análise de conteúdo de documentos e outras técnicas de análise de dados relevantes para o campo de pesquisa específico.
  5. Experimentos e prototipagem: Em alguns casos, a realização de experimentos ou o desenvolvimento de protótipos pode ser uma técnica útil para a coprodução de conhecimento. Isso pode envolver testes de novas soluções, avaliação de produtos ou serviços, ou a implementação de abordagens inovadoras em um ambiente controlado.
Vantagens

A parceria entre universidades e empresas oferece uma série de vantagens e benefícios, incluindo:

  1. Acesso a novos insights e perspectivas: A colaboração entre universidades e empresas permite o intercâmbio de conhecimentos e experiências, proporcionando novas visões e abordagens para os desafios enfrentados pelas empresas. As universidades trazem expertise acadêmica e científica, fornecendo insights valiosos para a resolução de problemas.
  2. Melhor entendimento das necessidades e tendências do mercado: Através da parceria com empresas, as universidades podem obter uma compreensão mais aprofundada das demandas e tendências do mercado. Isso auxilia no desenvolvimento de pesquisas e projetos alinhados com as necessidades atuais e futuras da indústria.
  3. Desenvolvimento de novas questões e projetos de pesquisa: A interação com empresas pode levar à identificação de novas questões de pesquisa e áreas de interesse. As demandas e desafios enfrentados pelas empresas podem inspirar a criação de projetos de pesquisa relevantes e inovadores.
  4. Melhoria da qualidade e relevância da pesquisa: A colaboração com empresas permite que as universidades direcionem seus esforços de pesquisa para áreas de aplicação prática. Isso contribui para a produção de conhecimentos e tecnologias mais relevantes e aplicáveis, com resultados diretos no avanço científico e no desenvolvimento econômico.
  5. Aumento das oportunidades de financiamento e recursos: As parcerias com empresas podem trazer recursos financeiros adicionais para as universidades, através de investimentos, doações e financiamentos conjuntos. Isso amplia as oportunidades de financiamento para pesquisas e projetos, ajudando a impulsionar a atividade científica.
  6. Desenvolvimento profissional para estudantes e pesquisadores: A colaboração com empresas proporciona aos estudantes e pesquisadores a oportunidade de se envolverem em projetos práticos, adquirindo experiência profissional e desenvolvendo habilidades relevantes para o mercado de trabalho. Isso contribui para a formação de profissionais altamente qualificados e preparados.
  7. Oportunidades de inovação e empreendedorismo: A parceria com empresas estimula a inovação e o empreendedorismo, permitindo a transferência de tecnologias e conhecimentos acadêmicos para o mercado. Essas colaborações podem levar ao desenvolvimento de startups e negócios inovadores, impulsionando a economia e a geração de empregos.
  8. Localização dos melhores talentos na universidade: As empresas têm a oportunidade de identificar e recrutar talentos promissores nas universidades, seja por meio de estágios, parcerias de pesquisa ou programas de cooperação. Isso facilita a atração de profissionais qualificados e impulsiona a inovação interna nas empresas.
  9. Qualificação dos profissionais da empresa: A colaboração com universidades oferece às empresas acesso a metodologias avançadas, modelos de negócios inovadores e conhecimentos especializados. Isso contribui para a capacitação e atualização dos profissionais da empresa, promovendo a excelência e a competitividade no mercado.
  10. Acesso aos laboratórios de inovação das universidades: As empresas podem aproveitar os laboratórios de pesquisa e inovação das universidades, que estão equipados com recursos avançados e infraestrutura tecnológica. Isso permite o desenvolvimento de projetos conjuntos, testes de protótipos e a exploração de novas tecnologias.
Desvantagens

Embora as parcerias entre universidades e empresas possam trazer muitos benefícios, também existem algumas desvantagens a serem consideradas:

  1. Restrição da autonomia acadêmica: A parceria com empresas pode limitar a independência e a liberdade acadêmica das universidades. A pressão para atender aos interesses comerciais pode influenciar a escolha dos temas de pesquisa, restringir a divulgação de resultados ou direcionar o desenvolvimento de tecnologias em detrimento de outras áreas de conhecimento.
  2. Conflitos de interesse: Os interesses comerciais das empresas podem entrar em conflito com os objetivos acadêmicos e científicos das universidades. A busca por lucro e resultados rápidos pode ser incompatível com a natureza mais exploratória e de longo prazo da pesquisa acadêmica.
  3. Dificuldades na transferência de tecnologia: Transformar pesquisas em produtos comercializáveis nem sempre é uma tarefa fácil. A transferência de tecnologia do ambiente acadêmico para o setor privado envolve desafios técnicos, legais e financeiros. A comercialização de tecnologias desenvolvidas pela universidade pode exigir investimentos significativos e expertise específica que nem sempre estão disponíveis.
  4. Restrições éticas e de propriedade intelectual: A parceria com empresas privadas pode levantar questões éticas relacionadas à proteção dos interesses dos pesquisadores, direitos autorais, patentes e o uso adequado de recursos públicos. É importante estabelecer acordos claros sobre a propriedade intelectual e os direitos de uso e exploração dos resultados da pesquisa.
  5. Dependência financeira: Embora as parcerias com empresas possam trazer recursos financeiros adicionais para as universidades, também pode haver uma dependência excessiva desses financiamentos externos. Isso pode resultar em pressões para direcionar a pesquisa de acordo com os interesses comerciais das empresas, em vez de seguir uma agenda científica independente.
  6. Impacto na agenda de pesquisa: A parceria com empresas pode direcionar os esforços de pesquisa para áreas de interesse imediato das empresas, em detrimento de outras áreas igualmente importantes, mas menos atrativas do ponto de vista comercial. Isso pode limitar a diversidade de pesquisas e restringir a exploração de novos campos de conhecimento.

É fundamental que as parcerias entre universidades e empresas sejam estabelecidas com cuidado, levando em consideração essas desvantagens e buscando mitigar os potenciais impactos negativos. É necessário manter a integridade acadêmica, preservar a autonomia das universidades e garantir a transparência e ética em todas as etapas da colaboração.

É importante ressaltar que a colaboração entre academia e iniciativa privada pode assumir diferentes formas, dependendo das necessidades e interesses de ambas as partes. A flexibilidade na definição dos arranjos de parceria permite explorar diferentes modelos de coprodução do conhecimento, promovendo a sinergia e o avanço conjunto entre academia e setor privado.

É necessário destacar que a coprodução do conhecimento com a iniciativa privada deve ser baseada em princípios éticos e respeitar a integridade acadêmica. É fundamental manter a independência e imparcialidade da pesquisa, garantindo que os resultados não sejam distorcidos ou influenciados pelos interesses comerciais das empresas envolvidas.

A relação entre a academia e a iniciativa privada é uma via de mão dupla, com cada lado podendo aprender valiosas lições um com o outro. Vamos explorar o que a academia pode ensinar para a iniciativa privada e vice-versa.

O que a academia pode ensinar para a iniciativa privada
  1. Método: A academia possui um método de trabalho que difere da metodologia científica. Ela enfatiza a definição clara de objetivos e destinos a serem alcançados.
  2. Caminho: A academia valoriza os passos e etapas necessários para atingir um objetivo. Ela entende a importância de um planejamento estruturado e consistente.
  3. Rota: A academia pode ajudar a escolher a melhor rota com base na experiência da empresa. Ela pode fornecer insights valiosos sobre o que foi feito, está sendo feito e poderia ser feito para alcançar um determinado objetivo.
  4. Aprendizado: A academia incentiva uma cultura de aprendizado contínuo tanto para indivíduos como para o mundo. Ela valoriza a reflexão, investigação e conhecimento teórico-científico.
  5. Retroalimentação: A academia enfatiza a importância da validação, reprodutibilidade, originalidade e utilidade. Ela pode fornecer uma visão crítica e construtiva para melhorar produtos, serviços e estratégias.
O que a iniciativa privada pode ensinar para a academia
  1. Objetividade e pragmatismo: A iniciativa privada valoriza a objetividade, praticidade e pragmatismo. Ela enfoca a busca por soluções rápidas e eficientes para problemas concretos.
  2. Agilidade: A iniciativa privada é conhecida por sua capacidade de agir rapidamente em resposta às demandas do mercado. Ela pode ensinar à academia a importância de adaptar-se e responder de forma ágil às necessidades e tendências em constante mudança.
  3. Utilidade: A iniciativa privada enfatiza a importância de criar produtos, serviços e conhecimentos úteis para atender às necessidades dos clientes e consumidores.

Além disso, é importante superar possíveis preconceitos ou desconfianças entre academia e iniciativa privada. O estabelecimento de parcerias, interações e colaborações pode levar a uma maior inovação e aprendizado mútuo. A ação conjunta e a busca pela aprendizagem contínua são essenciais para uma colaboração frutífera entre esses dois setores.

Em suma, a coprodução do conhecimento com a iniciativa privada oferece uma oportunidade de colaboração entre o mundo acadêmico e empresarial, permitindo a aplicação prática do conhecimento e impulsionando a inovação e o desenvolvimento econômico.

Caso prático: HIDROGÊNIO VERDE

Há forte relação entre a coprodução do conhecimento da universidade com a iniciativa privada no contexto do hidrogênio verde no Brasil. Algumas conexões relevantes incluem:

  1. Investimento da União Europeia: O texto menciona que a União Europeia planeja investir 2 bilhões de euros na produção de hidrogênio verde no Brasil. Isso indica uma parceria entre a universidade (geradora de conhecimento) e a iniciativa privada (investimento e implementação).
  2. Global Gateway: A União Europeia planeja investir no Brasil por meio do Global Gateway, que é descrito como um plano de investimento internacional. Esse tipo de colaboração implica em parcerias entre instituições acadêmicas e empresas para impulsionar a produção de hidrogênio verde.
  3. Comissão especial do Senado: O Senado brasileiro criou uma comissão especial para debater políticas públicas sobre o hidrogênio verde. Essa comissão visa discutir e desenvolver estratégias que envolvem tanto o setor público quanto o privado, demonstrando uma busca pela coprodução de conhecimento e ações entre os dois setores.
  4. Desenvolvimento tecnológico: O texto ressalta a importância do investimento científico e do desenvolvimento tecnológico para viabilizar a produção de hidrogênio verde. Esse desenvolvimento ocorre em parceria entre universidades e empresas, com o objetivo de aprimorar a tecnologia e reduzir os custos do hidrogênio verde.
  5. Potencial econômico: O Brasil é apresentado como um potencial grande produtor de hidrogênio verde, o que pode trazer impactos significativos para a economia interna do país. Esse potencial econômico depende da colaboração entre universidades, que geram conhecimento e pesquisa, e a iniciativa privada, responsável por investimentos e implementação.
CIÊNCIAS DO MAR

Um exemplo de colaboração entre academia e iniciativa privada nas ciências do mar pode envolver a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias para a exploração sustentável dos recursos marinhos. 

A academia, por meio de suas instituições de pesquisa e cientistas especializados, pode contribuir com seu conhecimento teórico-científico, métodos de investigação e capacidade de desenvolver modelos e simulações para estudar ecossistemas marinhos, monitorar a biodiversidade e compreender as interações entre os organismos e o ambiente marinho.

Por sua vez, a iniciativa privada, como empresas de pesca, aquicultura ou indústrias marítimas, pode trazer sua experiência prática, conhecimento sobre as necessidades do mercado e recursos financeiros para impulsionar a implementação de tecnologias e práticas sustentáveis. Ela pode fornecer dados e insights valiosos sobre as demandas do setor, contribuir com recursos materiais e tecnológicos, além de promover a transferência de conhecimento para o mercado.

Nessa colaboração, a academia pode ajudar a definir os objetivos da pesquisa, identificar as melhores metodologias e caminhos para coletar dados, realizar experimentos e análises, e propor soluções baseadas em evidências científicas para os desafios enfrentados pela indústria marítima.

A iniciativa privada, por sua vez, pode fornecer uma perspectiva pragmática, ajudando a adaptar as descobertas acadêmicas às necessidades práticas do mercado. Ela pode colaborar no desenvolvimento de tecnologias, produtos e serviços inovadores que atendam às demandas do setor, ao mesmo tempo em que garantem a sustentabilidade dos recursos marinhos.

Essa colaboração resulta em um ciclo de retroalimentação contínua, onde a academia e a iniciativa privada trocam conhecimentos, compartilham aprendizados e aprimoram suas abordagens. Ambas as partes se beneficiam da combinação do conhecimento teórico-científico e da experiência prática, resultando em avanços significativos no entendimento dos ecossistemas marinhos, na exploração responsável dos recursos e na proteção dos ambientes costeiros e oceânicos.

Esse exemplo ilustra como a parceria entre academia e iniciativa privada nas ciências do mar pode trazer benefícios mútuos, permitindo avanços científicos, inovação tecnológica e contribuições para a sustentabilidade e preservação dos recursos marinhos.

SLIDES DA APRESENTAÇÃO NO WORKSHOP

Prof. Alberto Claro

Doutor em Comunicação Social; Professor de Administração da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo; Investidor-anjo em empresas de tecnologia, entretenimento e gastronomia; Diretor de Comunicação (voluntário) da Casa da Esperança de Santos®; Palestrante nacional e internacional na área de Administração, Comunicação e Marketing.

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